Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=formigas-digitais-usam-inteligencia-conjunta-defender-computadores&id=010150090929&ebol=sim
Na interminável batalha para proteger as redes de computadores de invasores,
os especialistas em segurança estão lançando uma nova defesa inspirada em
uma das mais resistentes criaturas da natureza - as formigas.
Ao contrário dos sistemas de segurança tradicionais, que são estáticos,
essas "formigas digitais" espalham-se pelas redes de computadores em busca
de ameaças, como os "vermes de computador", ou *worms* - programas
autorreplicantes projetados para roubar informações ou facilitar o uso não
autorizado dos computadores.
*Formigas digitais*
Quando uma formiga digital detecta uma ameaça, não demora muito para que um
exército de formigas convirja para aquele local, chamando a atenção dos
operadores humanos, que poderão investigar o ataque no momento de sua
ocorrência.
O conceito, chamado "inteligência de rebanho," promete transformar a área da
segurança digital graças à sua capacidade de se adaptar prontamente às
ameaças, elas próprias em constante mutação.
"Na natureza, nós sabemos que as formigas defendem-se contra as ameaças de
forma muito eficiente," explica o professor Errin Fulp, da Universidade Wake
Forest, nos Estados Unidos. "Elas podem ativar suas defesas rapidamente e
depois voltar tranquilamente ao seu comportamento rotineiro depois que o
intruso foi eliminado. Nós estamos tentando alcançar esse mesmo
comportamento em uma rede de computadores."
*O peso da segurança*
Os sistemas de segurança atuais são projetados para defender os computadores
de todas as ameaças conhecidas desde o início da história da informática,
mas os caras maus que escrevem programas maliciosos - também conhecidos como
*malware* - introduzem ligeiras variações o tempo todo, a fim de fugir dos
sistemas de defesa.
À medida que novas variações são descobertas e as atualizações de segurança
são disponibilizadas, os programas adquirem maior capacidade, mas também
passam a demandar mais recursos do sistema, os antivírus levam mais tempo
para rodar e as máquinas ficam mais lentas - um problema familiar para a
maioria dos usuários de computador.
*Inteligência de rebanho*
A ideia de imitar o comportamento das formigas foi do pesquisador Glenn
Fink. Sabendo da familiaridade do seu colega Fulp com o desenvolvimento de
sistemas de varredura de segurança mais rápidos por meio do emprego de
processamento paralelo, Fink juntou-se a ele para testar o conceito de
formigas digitais em uma rede de 64 computadores.
A "inteligência de rebanho" usado no novo sistema divide o processo de busca
pelas ameaças à segurança por suas características. A seguir, a tarefa de
escaneamento de cada tipo de ameaça é distribuído pelos vários computadores
da rede.
"Nossa ideia é lançar 3.000 tipos diferentes de formigas digitais, cada um
procurando por evidências de um tipo de ameaça," diz Fulp. "Conforme elas se
movimentem pela rede, as formigas digitais deixarão trilhas digitais
inspiradas nas trilhas de cheiro que as formigas de verdade usam para guiar
suas companheiras. Cada vez que uma formiga digital identificar alguma
evidência de ameaça, ela está programada para deixar uma pista mais forte.
Trilhas com pistas mais fortes atrairão mais formigas, criando um exército
que assinala uma possível infecção do computador."
*Programa sentinela*
Durante o teste, os pesquisadores introduziram vermes digitais em sua rede
experimental e as formigas digitais foram capazes de localizá-los. Os
resultados foram tão positivos que o projeto, nascido de uma cooperação em
uma pesquisa feita durante as férias, foi estendido e agora já incorpora
dois estudantes de doutoramento, que farão suas teses enquanto aprimoram o
novo sistema de segurança, preparando-o para disponibilização.
Fulp afirma que a nova abordagem de segurança digital será mais adequada
para grandes redes que contêm muitas máquinas idênticas, como as existentes
em órgãos do governo, grandes empresas e universidades.
Os usuários de computadores não precisarão se preocupar que um enxame de
formigas digitais possa se decidir a estabelecer residência em suas
máquinas. As formigas digitais não podem sobreviver sem um programa
sentinela, instalado em cada máquina. Cada programa sentinela se reporta aos
"sargentos" da rede, que são monitorados pelos operadores humanos - são
eles, os operadores humanos, que supervisionam a colônia e, em última
instância, mantêm o controle.
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