Tianhe-1, instalado no Centro Nacional de Supercomputação da China, em Tianjin, ultrapassa máquina norte-americana e acirra disputa por hegemonia mundial no desenvolvimento de supercomputadores.
Uma conferência nesta quinta-feira, dia 28, dará demonstrações do novo computador chinês, desenvolvido pela Universidade Nacional de Defesa Tecnológica da China. A condição de supercomputador mais rápido do mundo, no entanto, foi confirmada também por fontes norte-americanas.
Jack Dongarra, cientista da computação da Universidade do Tennessee responsável pelo ranking mundial dos 500 computadores mais rápidos do mundo, afirmou ao jornal "The New York Times" que o novo computador "detona o atual número um". O ranking é semestral e a próxima atualização será fechada em novembro.
O Tianhe-1, que significa Via Láctea, segundo a agência de notícias Xinhua, tem capacidade de fazer 2.507 trilhões de cálculos por segundo. Isso equivale a uma velocidade teórica de 4,7 petaflops por segundo (um petaflop é igual a mil trilhões de cálculos), ainda segundo a agência estatal chinesa.
De acordo com a Xinhua, o atual supercomputador mais rápido do mundo, o Jaguar, sediado no Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tennessee, tem velocidade de 1,75 petaflops por segundo. O "New York Times" calculou que o Tianhe-1 tem 1,4 vez a potência (medida em "hp") do Jaguar.
Nesta quarta-feira, dia 27, a fabricante norte-americana de chips Nvidia já havia anunciado o uso de seus componentes no novo supercomputador mais rápido do mundo. O Tianhe-1 usa também componentes de outra empresa norte-americana, a Intel, principal fabricante de chips do mundo, e processadores FeiTeng-1000, desenvolvidos na China.
O componente tecnológico chinês no desenvolvimento do supercomputador está, porém, na tecnologia de redes e interconexão. Supercomputadores são formados pela ligação de milhares e milhares de chips e os pesquisadores chineses conseguiram montar uma conexão mais rápida entre eles.
"Essa tecnologia foi construída por eles [os chineses]. Eles estão levando a supercomputação muito a sério e assumindo um compromisso profundo", afirmou o pesquisador Jack Dongarra ao "New York Times".
Acesse a reportagem do "New York Times" em http://www.nytimes.com/2010/10/28/technology/28compute.html?_r=1&hp
A notícia da agência Xinhua está disponível em http://news.xinhuanet.com/english2010/china/2010-10/28/c_13580129.htm
(Com informações do "New York Times" e das agências Xinhua e Reuters)
Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=74377